Síndrome Dolorosa Miofascial

21 de outubro de 2020
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Síndrome dolorosa miofascial, ou simplesmente dor miofascial, refere-se a uma condição extremamente comum que, em algum momento, fará parte da vida de quase todas as pessoas. ‘Mio’ vem de músculo e ‘fascial’ vem de fáscia, que é um tecido fino, de aparência membranosa, que envolve os músculos e outras estruturas do corpo humano, separando-os e conectando-os de maneira contínua e interligada. Como o próprio nome indica, os dois sistemas estão intimamente relacionados.

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Por definição, uma disfunção miofascial é regional, ou seja, uma alteração na função de um grupo muscular específico (e/ou da fáscia que o envolve), em uma determinada parte do corpo. Sua característica principal é a presença de regiões sensíveis que podem ser sentidas como bandas musculares contraturadas ou tensas que produzem dor. Essa dor pode ser ou muito próxima de onde se encontra a contratura, ou referida em áreas distantes. Ela pode ter início em um único músculo ou pode envolver outros grupos musculares, gerando padrões complexos e variáveis de dor.

O principal achado na síndrome dolorosa miofascial é a formação do ponto de gatilho doloroso. O ponto de gatilho, também chamado de trigger-point, tem sua origem em uma pequena contratura no interior das fibras musculares e recebe esse nome porque a dor tende a irradiar-se a partir dele, funcionando como um gatilho. A dor, então, pode seguir o trajeto muscular ou aparecer longe do local de origem. Este fato é um dos motivos que, muitas vezes, levam a dificuldades no diagnóstico, retardando o tratamento adequado e especifico.

Como é feito o Diagnóstico da Síndrome Dolorosa Miofascial?

O diagnóstico é feito através da entrevista do paciente, na qual ele fornece detalhes e características importantes da sua dor, como por exemplo:

  • Qual o local onde ela começa?
  • Há quanto tempo iniciou?
  • Qual o trajeto que ela percorre?
  • Quais as limitações físicas que a dor está causando?

Após a entrevista, realiza-se o exame clínico, no qual, frequentemente pela palpação das áreas referidas, pode-se identificar as bandas musculares contraturadas e os pontos de gatilho dolorosos.

Os fatores que causam a Dor Miofascial podem ser de vários tipos:

  • Traumas identificáveis: quedas, batidas, distensões, esmagamentos, rompimentos;
  • Microtraumas: aqueles que ocorrem no interior das fibras musculares, as vezes imperceptíveis dentro do cotidiano do paciente;
  • Infecções ou inflamações devido a doenças de base;
  • Alterações biomecânicas estruturais: desnível do quadril, discrepância entre o tamanho das pernas;
  • Alterações posturais: retificações da coluna, cifose, escoliose;
  • Distensões crônicas;
  • Esforços repetitivos.

As dores miofasciais são mais frequentes em determinadas partes do corpo. Os músculos da cintura escapular (entre os ombros), os músculos do quadril (glúteos) e a musculatura ao redor da coluna cervical e da coluna lombar são as regiões mais afetadas.

Os principais problemas das síndromes miofasciais são relacionados com a dor localizada e crônica. A cronificação inicia-se com um foco de contração muscular mantida, que vai desencadeando vários processos junto ao sistema nervoso central, culminando em uma sensibilização permanente da região afetada, muitas vezes de difícil tratamento.

O tratamento da Síndrome Dolorosa Miofascial

O tratamento das síndromes miofascias inicia-se com o correto diagnóstico e mapeamento dos pontos de gatilho, além da identificação de sinais de cronicidade dos sintomas. O manejo é multidisciplinar, envolvendo muitas vezes a prescrição de classes diferentes de medicamentos, associada a terapêutica física adequada, ou outras técnicas (acupuntura, bloqueios de pontos de gatilho, bloqueios de nervos periféricos, agulhamentos, liberação miofascial, entre outras).

Texto por: Dra. Monia Di Lara Dias – CREMERS 24449

Créditos da Imagem: Freepik

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Médico Anestesiologista com área de atuação em Dor - RQE 42946

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