Quais São os Principais Tratamentos Usados na Fisioterapia para Dor Crônica?

Quando se fala em controle da dor crônica dentro da fisioterapia, um método se destaca como pilar central: é o exercício físico. Não é exagero dizer que ele é o único tratamento não farmacológico indicado para todos os tipos de dor crônica. Isso não significa que todo exercício serve para qualquer paciente, mas sim que a prescrição adequada de movimento é, comprovadamente, uma das intervenções mais eficazes.
O Exercício é o Centro do Tratamento
O exercício atua de várias formas no corpo: melhora a circulação, reduz processos inflamatórios, reorganiza padrões de movimento e influencia até mesmo a percepção da dor pelo sistema nervoso. E tudo isso com baixo custo e grandes resultados, quando bem conduzido.
Mas é importante frisar: não existe fórmula pronta. O tipo de exercício, a intensidade, a frequência e a progressão precisam ser individualizados. Respeitando os diferentes tipos de dor além das limitações e dos objetivos de cada paciente.
Recursos Complementares
Além do exercício, a fisioterapia conta com uma variedade de abordagens que podem ser combinadas conforme o caso:
- Cinesioterapia: uma categoria de exercícios com objetivos bem específicos, como melhorar a amplitude de movimento ou reeducar padrões posturais.
- Terapia manual: manipulações e mobilizações feitas com as mãos, que ajudam a reduzir a dor, liberar tensões e melhorar a função.
Eletroterapias: técnicas como TENS (estimulação elétrica nervosa transcutânea), laser e LED, as correntes elétricas, são recursos que comprovaram sua eficácia em certos contextos. - Técnicas de dessensibilização: intervenções simples, como o uso de escovas ou diferentes texturas em casos específicos
A Importância de Avaliar Sem Pressa
Um ponto fundamental no processo terapêutico é desfazer mitos. Muitos pacientes chegam ao consultório acreditando que quanto mais aparelhos, melhor. Mas a eficácia da fisioterapia não está necessariamente ligada à quantidade de tecnologia envolvida. Muitas vezes, uma boa observação clínica e a aplicação correta de técnicas simples são eficientes para promover mudanças profundas.
Por isso, a avaliação inicial é essencial. Observar como o paciente se comporta, quais posturas adota, como reage ao toque ou ao movimento — tudo isso orienta o plano terapêutico com muita precisão
O Básico Bem-Feito Ainda É Poderoso
O que se tem observado nos últimos anos é uma valorização daquilo que sempre esteve presente na fisioterapia: o básico bem feito. O avanço não está apenas nas novas tecnologias, mas também na forma como se aplica o que já se conhece. A ciência do movimento evoluiu, e com ela a maneira como fisioterapeutas prescrevem, adaptam e conduzem o tratamento.
No final das contas, a combinação de conhecimento técnico, escuta ativa e sensibilidade clínica é o que garante resultados duradouros no cuidado com a dor crônica.
Esse texto foi desenvolvido com base na conversa entre o Dr. João Rizzo e a Dra. Adriana Coltro, disponível na íntegra no YouTube do Projeto Educa Dor, além das plataformas de streaming em formato podcast de áudio.