A primeira consulta com o fisioterapeuta é um momento essencial para estabelecer a base do tratamento. Para pacientes com dor crônica, esse encontro vai além de uma simples avaliação física — ele é uma oportunidade de diálogo, construção de confiança e definição de expectativas realistas.

A Importância da Escuta e da Troca

É fundamental que o paciente tenha espaço para relatar suas experiências. Ouvir atentamente o que a pessoa sente, como a dor afeta sua rotina e o que ela já tentou fazer até ali é um dos pilares para um plano terapêutico bem-sucedido.

Muitas vezes, o ponto central não é apenas a intensidade da dor, mas onde a dor impede que a vida aconteça. Há casos em que o maior desejo do paciente não é eliminar a dor por completo, mas sim voltar a ter autonomia, como assistir a um evento familiar, trabalhar com menos limitações ou participar de momentos importantes da vida.

Expectativas e Objetivos: Alinhando Caminhos

A primeira consulta também é o momento para alinhar expectativas. O que o paciente espera do tratamento? O que é viável dentro do seu quadro clínico? Nem sempre será possível eliminar totalmente a dor, mas é possível encontrar caminhos para melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida.

Essa construção é feita em parceria com o paciente, discutindo possibilidades e estratégias personalizadas. Tudo depende dos objetivos reais e do que é mais significativo para aquela pessoa.

Diagnóstico e Exames: Eles Ajudam, Mas Não conduzem o tratamento sozinhos

Trazer exames de imagem ou encaminhamentos médicos pode ajudar a contextualizar o quadro. No entanto, esses documentos não substituem a avaliação funcional do fisioterapeuta. Muitas vezes, o exame já foi analisado por médicos da equipe, e o foco do fisioterapeuta será entender o que é possível fazer com o corpo do paciente, apesar das alterações apontadas nos exames.

A integração com uma equipe multidisciplinar também oferece segurança ao fisioterapeuta, que pode concentrar seus esforços na reabilitação funcional, sabendo que o diagnóstico clínico está bem estabelecido.

O Que Levar para a Primeira Consulta?

De forma prática, é interessante que o paciente traga:

• Exames de imagem (se tiver)
• Encaminhamento médico, caso exista
• Relato de como a dor afeta sua vida (tarefas que deixou de fazer, limitações diárias)
• Expectativas com o tratamento (o que deseja retomar ou melhorar)

Essas informações serão fundamentais para o fisioterapeuta construir um plano de cuidado individualizado, centrado não só na dor, mas na vida que o paciente quer voltar a viver.

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Esse texto foi desenvolvido com base na conversa entre o Dr. João Rizzo e a Dra. Adriana Coltro, disponível na íntegra no YouTube do Projeto Educa Dor, além das plataformas de streaming em formato podcast de áudio.