Dicas para o paciente com dor crônica se preparar para o sono

Pacientes com dor crônica enfrentam desafios diários, e um dos maiores obstáculos que muitos deles encontram é o sono. Uma boa noite de sono é essencial para a recuperação do corpo e alívio da dor, mas fatores como ansiedade, dor persistente e hábitos inadequados podem dificultar esse processo. Neste post, vamos compartilhar dicas e estratégias que podem ajudar o paciente com dor crônica a se preparar para dormir e melhorar a qualidade do sono.
Evite Estímulos Luminosos: O Impacto do Celular e da TV
Um dos maiores vilões para o sono é o uso de dispositivos eletrônicos antes de dormir. O celular, em particular, é um grande problema. O brilho da tela, os constantes alertas e a troca de estímulos luminosos (como fotos, vídeos e pós de redes sociais) são altamente estimulantes e interferem na produção de melatonina, hormônio fundamental para o sono. Portanto, recomenda-se que os pacientes evitem o uso do celular por pelo menos 20 a 30 minutos antes de dormir.
Além disso, a televisão no quarto também é prejudicial ao sono. O ambiente instável de iluminação, que varia constantemente de acordo com as cenas do filme ou programa, gera estímulos visuais que dificultam a indução ao sono. Ao invés disso, a leitura é uma opção mais adequada, pois proporciona um estímulo mais constante e menos perturbador para o cérebro.
Preparar o Corpo: Banho e Relaxamento
Outro aspecto importante da preparação para o sono é relaxar o corpo. Tomar um banho morno antes de dormir pode ajudar a aliviar a tensão muscular e a acalmar a mente, preparando o corpo para o descanso. No entanto, é importante ressaltar que nem todos os pacientes reagem da mesma forma ao banho. Enquanto alguns acham essa prática relaxante, outros podem achar que ela os desperta. Assim, a individualidade deve ser considerada ao estabelecer rotinas de sono.
Outro método de relaxamento é a meditação. A prática de mindfulness ou técnicas de respiração profunda podem ajudar a reduzir a ansiedade e permitir que o paciente se desconecte dos pensamentos negativos que dificultam o sono.
Respeite os Seus Gatilhos Pessoais
A higiene do sono deve ser personalizada para cada paciente. Por exemplo, algumas pessoas podem se beneficiar de um ambiente mais escuro, enquanto outras precisam de um pouco de luz para se sentirem seguras. No caso dos pacientes com dor crônica, os sintomas de enxaqueca ou outros tipos de dor podem ser ativados por certos fatores, como alimentos ou cheiros. Dessa forma, é importante que os pacientes identifiquem seus gatilhos pessoais e ajustem seu ambiente de sono de acordo.
Por exemplo, se o paciente sente que a luz de standby de um aparelho eletrônico o incomoda, deve-se tomar providências como tampar ou desligar esses dispositivos. Da mesma forma, ajustar a temperatura do quarto, garantir que o colchão e o travesseiro estejam confortáveis e evitar ingerir alimentos pesados ou bebidas alcoólicas antes de dormir são passos importantes para melhorar a qualidade do sono.
A Importância de Conhecer os Seus Limites
Nem todas as dicas de higiene do sono são adequadas para todos os pacientes. Por exemplo, a leitura pode ser uma excelente maneira de relaxar para alguns, mas para outros, pode ser um fator que os mantém acordados por mais tempo, especialmente se a leitura for empolgante ou de suspense.
Portanto, é importante que o paciente conheça suas próprias limitações e respeite o que funciona para ele. O tratamento do sono é altamente individualizado, e a chave é adaptar as técnicas ao perfil de cada paciente.
Conclusão
Para o paciente com dor crônica, preparar-se para dormir envolve mais do que apenas evitar distrações. É preciso criar um ambiente favorável ao descanso, respeitar os limites pessoais e seguir uma rotina que promova o relaxamento. Ao seguir as orientações de higiene do sono e adaptar as técnicas às necessidades individuais, é possível melhorar a qualidade do sono e reduzir o impacto da dor crônica no dia a dia. Lembre-se: o tratamento deve ser sempre personalizado e realizado com a orientação de profissionais de saúde.
Este texto foi baseado no bate-papo entre o Dr. João Rizzo e a Dra. Lorena Caleffi sobre “Alterações do sono em pacientes com dor crônica”, disponível na íntegra no canal do YouTube do Projeto Educa Dor.