Consulta em clínica de dor: Uma ideia geral do que é importante na consulta de Dor Crônica
Como a dor é um fenômeno 100% subjetivo e individual, o principal instrumento, na consulta, é a comunicação. Fazer-se entender facilita a compreensão de todo o processo doloroso. Nesse sentido, tentar descrever a dor que se sente com o máximo de riqueza e de características é fundamental.
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Dessas características, salientamos:
- Percepção (como o paciente descreve, com mais frequência, sua dor): aperto, pressão, fincada, torção, estiramento, queimação, choque, cólica, relâmpago, latejamento, etc…
- Localização: se a dor permanece no território onde se origina; se a dor tem origem num local e se espalha ou se irradia para outra(s) parte(s); se a dor já inicia difusa (sem uma localização precisa); se a dor tem uma característica migratória (aparece em pontos diferentes, em períodos diferentes).
- Intensidade: geralmente dividida em três grupos. Dores fracas, moderadas e intensas. Quando tentamos fazer uma correlação em números de 0 a 10, temos: 0 (sem dor); 1-3 (dor fraca); 4-7 (dor moderada) e 8-10 (dor intensa).
- Periodicidade e duração (relação ao período de tempo): se a dor se apresenta em horários determinados ou não, turnos do dia, relação com dia ou noite (ao levantar ou ao deitar), tempo de duração (minutos, horas), intervalo entre os episódios de dor. Também é importante saber há quanto tempo iniciou esse quadro de dor.
- Associação com algum hábito ou atividade: se a dor aparece ou é estimulada com alguma atitude, como permanecer um tempo em pé, sentado ou deitado; com algum vício postural ou atividade repetitiva; com algum movimento físico determinado, que gere aumento do sofrimento, no cotidiano domiciliar ou na atividade esportiva. E, também, manobras de alívio do sofrimento doloroso.
- Relação com algum elemento químico ou físico: piora ou alívio da dor, com frio ou calor; piora ou alívio com algum tipo de medicamento ou outras substâncias químicas.
- Tratamentos prévios: o que já foi feito, o que teve bom resultado e o que não teve, para o mesmo quadro de dor que está consultando.
Salientamos que na consulta de dor crônica buscamos elementos para o melhor diagnóstico e formulação do esquema de tratamento. É na consulta que se dá o acompanhamento da evolução do paciente, e se promovem as devidas modificações terapêuticas necessárias, ao longo do tempo.
A consulta é o elemento mais importante para monitorar o manejo da dor crônica.
Texto por: Dr. Luciano de Oliveira – CREMERS 22739
Créditos da Imagem: FreePik