O Sistema Linfático e a Formação do Edema
O sistema linfático é constituído por vasos muito finos que se dispõem paralelamente aos vasos sanguíneos formando uma grande rede coletora dos líquidos excedentes do sistema arterial e venoso. Ele também possui um órgão principal, chamado timo, e órgãos secundários, que são os nódulos linfáticos, o baço, as amigdalas e o tecido linfático nas membranas mucosas. Além disso, o sistema linfático tem um papel importante no transporte e produção de células do nosso sistema de defesa.
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O sistema linfático é dividido em superficial, que drena a pele e o tecido subcutâneo, e profundo, que drena músculos, articulações, tendões e nervos. Eles são conectados e o caminho da linfa normalmente acontece do sistema profundo para o superficial. Já os órgãos, possuem seus sistemas de drenagem específicos.
A formação de edemas pode ser comparada ao funcionamento de uma autoestrada. Imaginemos que ela conecte duas cidades de porte médio e que tenha seis pistas. O fluxo de carros é sempre o mesmo e a velocidade que eles andam também não muda muito. Nesse contexto, a possibilidade de um engarrafamento é praticamente nula. Agora, se por algum motivo, o fluxo de carros aumentar e/ou a velocidade deles diminuir, passamos a ter uma chance maior de que haja um congestionamento. Já, se tivermos uma obra que exija o bloqueio de uma ou mais pistas da autoestrada, o engarrafamento passa a ser inevitável. Além disso, ele irá se agravando lenta e gradativamente ao longo do tempo. Isso porque o fluxo de linfa vai seguir acontecendo.
Na maioria das vezes, essas interrupções são temporárias e ocorrem como consequência de alguma lesão, causando o edema. O processo de cicatrização inclui a formação de novos caminhos (anastomoses) para a linfa, desfazendo o edema.
Nas lesões mais graves, como nas cirurgias de grande porte (onde há supressão de tecidos) ou nas radioterapias, por exemplo, existe o risco de o reparo não ser satisfatório e de o paciente desenvolver um edema linfático por insuficiência do sistema de drenagem. Esse edema linfático é uma patologia e, nesses casos, a drenagem linfática manual e/ou mecânica, os recursos de compressão (como meias elásticas entre outros) e os exercícios específicos tornam-se ferramentas fundamentais para o controle do agravamento do quadro.
Referência Bibliográfica: Földi M, Kubik S. Lehrbuch der Lymphologie für Mediziner, Masseure und Physiotherapeuten. Urban & Fischer Ed., 5 Edição, 2002.
Texto por: Dra. Adriana Fernanda Coltro – CREFITO5/5715-F
Créditos da imagem: Shutterstock