Quais os problemas de sono mais comuns em quem sofre com dor crônica?

25 de março de 2025
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A dor crônica pode afetar significativamente o sono de quem a sofre, levando a diversos tipos de distúrbios e complicações. Pacientes com essa condição frequentemente enfrentam dificuldades para iniciar o sono, despertares noturnos e sono não reparador. Mas quais são os problemas de sono mais comuns entre esses pacientes? Neste post, vamos explorar os principais distúrbios do sono associados à dor crônica e como essas condições afetam a qualidade de vida.

Dificuldade para iniciar o sono

Um dos problemas mais comuns em quem sofre de dor crônica é a dificuldade de pegar no sono. Esse distúrbio pode estar relacionado a vários fatores, incluindo a dor em si, que impede o relaxamento necessário para adormecer. Além disso, muitas vezes, os pacientes com dor crônica apresentam ansiedade, o que agrava ainda mais a dificuldade de relaxar e se desligar dos pensamentos.

A ansiedade muitas vezes leva à presença de pensamentos catastróficos, ou seja, preocupações exageradas sobre o futuro, como por exemplo, pensar que “tudo está dando errado”. Esses pensamentos são frequentes em casos de insônia inicial e podem prejudicar a transição de vigília para sono, deixando o paciente em um estado de alerta constante, o que dificulta a indução ao sono.

Despertares noturnos e insônia terminal

Outro problema comum nos pacientes com dor crônica é o despertar no meio da noite, conhecido como insônia terminal. Nesse caso, o paciente consegue adormecer inicialmente, mas acorda no meio da noite e não consegue mais voltar a dormir. Esse tipo de insônia é característico de quadros depressivos. A pessoa fica acordada durante a madrugada, se revirando na cama, levantando-se para caminhar ou tentar comer, mas sem conseguir dormir novamente, o que resulta em um sono fragmentado e de baixa qualidade.

O ciclo vicioso da dor e da insônia

Em muitos casos de dor crônica, o ciclo vicioso entre dor, ansiedade e insônia é muito presente. A dor pode acordar o paciente durante a noite, e a ansiedade ou preocupação com o sono pode aumentar a sensação de desconforto. Além disso, a falta de descanso adequado pode agravar ainda mais a percepção da dor, criando um ciclo difícil de quebrar.

Esse ciclo pode se agravar ao ponto de o paciente ter dificuldades não apenas para pegar no sono ou manter o sono, mas também para obter um sono reparador, necessário para a recuperação do corpo. Isso pode levar a um agravamento do quadro depressivo e à piora da dor crônica.

A importância do tratamento multidisciplinar

O tratamento da dor crônica e dos distúrbios do sono associados a ela requer uma abordagem multidisciplinar e multimodal. Não é suficiente tratar apenas a dor ou apenas a insônia. É fundamental que o tratamento envolva profissionais de diferentes áreas, como médicos, psicólogos e terapeutas, para tratar tanto os aspectos físicos quanto emocionais do paciente.

Muitas vezes, a dor crônica está associada a quadros de depressão e ansiedade, e o tratamento precisa ser adequado para ambos os aspectos. Embora alguns antidepressivos possam ter um efeito analgésico, o tratamento da dor e da insônia precisa ser abordado de forma integral, para que o paciente possa encontrar alívio tanto da dor quanto dos problemas de sono.

Conclusão

Os problemas de sono em quem sofre de dor crônica são diversos e complexos, afetando a qualidade de vida do paciente de várias formas. Dificuldade para iniciar o sono, despertares noturnos e sono não reparador são os distúrbios mais comuns nesse grupo. O ciclo vicioso entre dor, insônia e ansiedade pode ser desafiador, mas é possível aliviar esses sintomas com um tratamento bem direcionado, que envolva uma abordagem multidisciplinar para tratar tanto os aspectos físicos quanto emocionais da dor crônica.


 

Este texto foi baseado no bate-papo entre o Dr. João Rizzo e a Dra. Lorena Caleffi sobre “Alterações do sono em pacientes com dor crônica”, disponível na íntegra no canal do YouTube do Projeto Educa Dor.

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Por Marcelo Cezar - Marketing Digital