O que é a DOR?
Quando ouvimos essa pergunta logo pensamos em definir a dor do ponto de vista científico, com elementos fisiológicos e neuroanatômicos. Na verdade, a melhor forma de respondermos a esse questionamento é conceituando a dor: “Uma experiência física e emocional desagradável associada ou semelhante à associada a um dano tecidual real ou potencial.”
Esse conceito foi publicado pela IASP ( International Association for the Study of Pain ) em maio de 2020 e nos dá a real dimensão do que é um conceito!
Conceituar é dizer sobre algo que você conhece, sente, imagina ou percebe. Os conceitos podem ser quantas experiências existirem sobre alguma coisa. O conceito não exige uma precisão absoluta e leva em consideração os aspectos emocionais, o subjetivo além do concreto! Já definir é “dizer” o que é!
Então vejamos o que está por trás desse conceito atual de dor:
- A dor sempre será uma experiência pessoal influenciada em vários graus por fatores biológicos, psicológicos e sociais;
- Dor e nocicepção ( termo médico para a recepção de estímulos dolorosos ) são fenômenos diferentes. A dor não pode ser definida apenas pela atividade dos neurônios sensitivos;
- Através das experiências próprias, as pessoas aprendem o conceito de dor;
- O relato de alguém sobre uma experiência dolorosa deve sempre ser respeitado;
- Embora a dor normalmente cumpra um papel adaptativo, ela pode ter efeitos na função e no bem-estar social e psicológico do indivíduo;
- A descrição verbal é apenas um dos vários comportamentos para expressar a dor. A incapacidade de comunicar-se não nega a possibilidade de um humano ou um animal sentirem dor…
A dor é o que você está sentindo, é individual e subjetiva. Não podemos comparar as dores de diferentes pessoas, mas as pessoas podem comparar as dores que estão sentindo no momento com as suas experiências dolorosas passadas. A dor é pessoal e intransferível!
Sendo assim, durante a consulta, forneça o máximo de informações sobre a sua dor ao profissional que está lhe atendendo. Use a sua linguagem. Isso fará toda a diferença para o diagnóstico e a escolha das medidas terapêuticas.
Quando fica claro o quanto é abrangente o conceito de dor, talvez entendamos porque definir a dor talvez não seja o caminho mais correto…
Texto por: Dr. João Marcos Rizzo – CREMERS 18903
Créditos da Imagem: Freepik
Um comentário
Pingback: E aí? Como estamos? - Blog do Projeto Educa Dor
Os comentários estão desativados.