Neuralgia de Arnold

12 de maio de 2021
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Se trata de uma dor que inicia na região occipital (nuca), e que irradia para a região posterior e lateral da cabeça. Normalmente ocorre somente de um lado (unilateral).  É causada por alteração do funcionamento do Nervo Occipital Maior, conhecido como Nervo de Arnold. Ele tem sua origem na segunda raíz cervical (C2).

Leia também no blog do Projeto Educa Dor: O tratamento da Dor Crônica

A dor ocorre normalmente por compressão no trajeto mais superficial do nervo e ocasionalmente por compressão na raíz C2. O início dos sintomas pode ser agudo ou ocorrer gradualmente. É comum a descrição de sensações como queimação (“ardor”), e choques, sendo que estes podem ocorrer com pouca frequência até vários episódios em sequência rápida (paroxismos). Podem ocorrer períodos de alívio da dor após estes episódios mais intensos. Ocorre de forma irregular, com pacientes relatando dores em maior ou menor intensidade, o mesmo ocorrendo com a frequência das crises. Deve-se fazer o diagnóstico diferencial com cefaléia cervicogênica (origem na região do pescoço e cintura escapular). 

Os desencadeantes podem ser os mais variados, dentre eles qualquer objeto que pressione a região, tais como bonés/chapéus, fitas ou elásticos para prenderem os cabelos, pressurização em cabines de aeronaves, movimentos da cabeça, entre outros.

O diagnóstico clínico normalmente é feito ao pressionarmos com os dedos na região occipital, onde o Nervo de Arnold se torna superficial (atravessa os planos musculares).  Tal pressão desencadeia a dor relatada pelo paciente. 

O tratamento consiste inicialmente em utilização de medicamentos (neuromoduladores, antidepressivos e analgésicos de várias potências). Ao se obter o controle do quadro, os medicamentos poderão ser reduzidos e até retirados.  Caso não tenhamos controle da dor, poderemos utilizar bloqueios anestésicos do nervo.  Estes procedimentos são simples e normalmente auxiliam bastante no controle da dor.

No caso de persistência da dor,  pode-se utilizar a Radiofrequência (procedimento minimamente invasivo) e até lançarmos mão de Neuroestimuladores periféricos que são implantados. O tratamento cirúrgico para descompressão do nervo pode se fazer necessário em alguns casos.

Manter atividade física, alongamentos da região cervical, reeducação postural, reavaliar as condições e posicionamento no trabalho, além de travesseiro adequado a cada paciente, podem contribuir no controle do quadro, principalmente se houver quadro cervical/tensional associado.

Conforme o exposto, trata-se de condição clínica que deve ter tratamento multiprofissional (médicos, fisioterapeutas, educadores físicos entre outros).

Texto por: Dr. Marcos S. Bicca da Silveira (CREMERS 12381) 

Créditos da Imagem: Envato Elements

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