Dor nas Costas: Entenda a Diferença entre Lombalgia Aguda e Crônica

Ao sentir dor nas costas, a primeira dúvida que surge é: “Isso é grave?“. Para responder a essa questão e guiar o tratamento adequado, é fundamental distinguir dois tipos de dor lombar: a aguda e a crônica.
Lombalgia Aguda: O famoso “travamento”
A dor aguda costuma ser dramática. Ela aparece de forma repentina, geralmente com forte intensidade, chegando a ser incapacitante. É aquele cenário clássico em que o paciente relata que a coluna “travou” e ele mal consegue sair da cama.
Apesar de assustadora e excruciante, a boa notícia é que a maioria das dores agudas é benigna.
Geralmente, elas estão relacionadas a:
- Distensão muscular: Esforços físicos pontuais, como levantar um móvel pesado ou praticar esportes de final de semana sem o devido preparo.
- Contraturas: O músculo se contrai de forma defensiva e dolorosa.
- Inflamação pontual: Pequenas alterações inflamatórias no disco vertebral.
Nesses casos, raramente há uma doença séria por trás. O problema costuma ser funcional e passageiro.
Lombalgia Crônica: Quando a estrutura é afetada
Diferente da dor aguda, que é uma reação a um evento, a dor crônica geralmente sinaliza uma alteração estrutural na coluna. É uma dor que persiste ou evolui ao longo do tempo.
Segundo os especialistas, a dor crônica pode ser o resultado da degeneração da coluna, caminhando por diferentes diagnósticos. Abaixo, listamos as quatro causas principais citadas:
- Hérnia de Disco e a Dor Ciática
A hérnia de disco ocorre quando há um deslocamento do disco intervertebral. O sintoma clássico não é apenas a dor nas costas, mas a ciática (ou lombociatalgia). Nesse caso, a dor irradia da lombar para a perna, seguindo o trajeto do nervo.
- Estenose de Canal (Canal Vertebral Estreito)
Esta condição envolve o estreitamento do canal por onde passam os nervos. O sintoma característico é a claudicação neurogênica.
- O que o paciente sente? Perda de força, sensibilidade ou dor nas pernas ao caminhar.
- O sinal de alerta: A distância que o paciente consegue caminhar sem dor diminui progressivamente. Se antes ele caminhava 100 metros sem sintomas, com o tempo passa a caminhar apenas 50 metros antes de precisar parar para descansar.
- Espondilolistese
É uma condição onde ocorre o escorregamento de uma vértebra sobre a outra. Esse desalinhamento pode comprimir nervos e causar tanto a dor lombar local quanto a dor irradiada (ciática), similar à hérnia de disco.
- Artrose da Coluna
Trata-se do processo de desgaste natural (degeneração) das articulações da coluna vertebral (facetas articulares). É uma evolução comum relacionada ao envelhecimento da estrutura óssea.
| Dor Lombar Aguda | Dor Lombar Crônica |
| Surge de repente | Evolui lentamente ao longo de meses |
| Dores intensas, incapacitantes | Pode ser constante ou intermitente |
| Geralmente benigna | Relacionada a alterações estruturais |
| Associada a esforço, contratura, inflamação aguda | Associada a hérnia de disco, estenose, artrose, espondilolistese |
| Melhora em dias/semanas | Pode exigir investigação e tratamento prolongado |
Conclusão
Enquanto a dor aguda geralmente está ligada a “mau jeito” ou esforço excessivo e tende a se resolver com repouso e medicação sintomática, a dor crônica exige uma investigação aprofundada. Se você percebe que sua dor não passa, irradia para as pernas ou limita sua caminhada, procure avaliação médica especializada para identificar se há alterações estruturais que necessitam de tratamento específico.
Este texto foi produzido com base na conversa entre o Dr. João Rizzo e o Dr. Ericson Sfreddo. O episódio completo está disponível em nosso canal no YouTube e também em formato de áudio nas principais plataformas de streaming.



