Tratamentos Minimamente Invasivos: Entendendo Limites, Indicações e Cuidados Essenciais

Os procedimentos minimamente invasivos representam um avanço significativo no tratamento da dor crônica. No entanto, é importante reforçar que eles não são uma solução universal — nem todos os pacientes se beneficiam dessas técnicas, e a indicação deve sempre ser feita por um especialista.
Nem Todo Caso de Dor se Beneficia do Mesmo Tratamento
Um equívoco comum entre os pacientes é acreditar que, por terem ouvido falar em bons resultados, os tratamentos minimamente invasivos são a solução ideal para todos os casos.
Na prática, esses procedimentos só são indicados quando realmente necessários, e não porque o paciente deseja “fazer o mesmo tratamento que o outro fez”.
Cada pessoa apresenta um tipo diferente de dor, uma resposta distinta ao tratamento e um histórico clínico próprio. Por isso, a decisão é sempre médica, baseada na avaliação clínica e na experiência do profissional.
O Papel dos Procedimentos Minimamente Invasivos
Esses procedimentos são frequentemente utilizados para reduzir o uso de medicamentos — especialmente em pacientes que apresentam efeitos adversos de difícil controle ou que não obtiveram melhora adequada com as terapias convencionais.
Entretanto, é fundamental deixar claro:
- Nem sempre é possível suspender os medicamentos;
- Em alguns casos, o tratamento é somado aos medicamentos existentes, e não substituído;
- Cada paciente reage de forma diferente, exigindo acompanhamento e ajustes contínuos.
Como ressaltam os especialistas, o objetivo é ter várias “prateleiras” de opções terapêuticas, permitindo uma abordagem realmente personalizada no controle da dor.
Avaliação Multidisciplinar: Um Passo Fundamental
A decisão de realizar um procedimento minimamente invasivo deve envolver uma avaliação multidisciplinar, integrando médicos de diferentes especialidades, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais da área da saúde.
Esse olhar ampliado permite identificar não apenas a origem física da dor, mas também aspectos emocionais e funcionais que influenciam diretamente na resposta ao tratamento.
Quando a Indicação É Mais Específica
Existem situações em que os procedimentos minimamente invasivos podem ser indicados mais rapidamente — como em alguns casos de dor oncológica ou síndromes específicas, nas quais o bloqueio da dor oferece alívio imediato e melhora significativa na qualidade de vida.
Mesmo nesses casos, o cuidado é o mesmo: avaliar riscos, benefícios e sempre buscar o menor grau de invasão possível antes de optar por técnicas mais avançadas.
A Importância do Acompanhamento e da Preparação Psicológica
Alguns tratamentos, como os de neuromodulação ou implante de neuroestimuladores, exigem uma preparação especial. Antes da indicação, o paciente passa por avaliação psiquiátrica e psicológica pois esses procedimentos transformam a rotina e exigem comprometimento contínuo.
Como explicam os especialistas, esse tipo de tratamento é um verdadeiro “casamento” com a nova condição de vida, e o paciente precisa compreender e aceitar o processo de forma consciente.
Conclusão
Os tratamentos minimamente invasivos são uma ferramenta poderosa no controle da dor crônica, mas devem ser utilizados de forma criteriosa e individualizada.
Mais do que uma técnica, representam parte de um plano terapêutico amplo, onde o protagonismo do paciente, a avaliação multidisciplinar e o acompanhamento contínuo são fundamentais para o sucesso do tratamento.
Esse texto foi desenvolvido com base na conversa entre o Dr. João Rizzo e o Dr. Marcos Bicca da Silveira, disponível na íntegra no YouTube do Projeto Educa Dor, além das plataformas de streaming em formato podcast de áudio.



