Principais indicações dos tratamentos minimamente invasivos para a dor crônica

11 de novembro de 2025
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Quando falamos em dor crônica — seja ela de origem oncológica ou não oncológica —, os tratamentos minimamente invasivos podem desempenhar um papel importante no controle e alívio dos sintomas. A escolha da técnica depende sempre da causa da dor, da resposta ao tratamento clínico prévio e das características individuais de cada paciente.

Dores musculares e contraturas

As contraturas musculares estão entre as causas mais comuns de dor no dia a dia. Nessas situações, podem ser realizados procedimentos focados nas regiões cervical, lombar e da cintura escapular, com o objetivo de aliviar a tensão muscular e melhorar a mobilidade.

Esses tratamentos ajudam especialmente em casos em que o desconforto persiste mesmo após fisioterapia, medicações ou outros métodos conservadores.

Dor radicular e compressões nervosas

Outro grupo frequente de indicações envolve as dores radiculares, geralmente causadas por compressões nervosas — como as provocadas por hérnias de disco ou degeneração articular nas facetas da coluna. Podemos incluir aqui a falha da cirurgia lombar.
Nesses casos, técnicas minimamente invasivas como os bloqueios guiados por imagem ou a radiofrequência podem reduzir a inflamação e o estímulo doloroso, proporcionando alívio e melhora funcional.

Dores de manutenção simpática

As chamadas dores de manutenção simpática (anteriormente conhecidas como causalgia) também podem ser tratadas por meio de técnicas direcionadas ao sistema nervoso autônomo. Esses procedimentos visam interromper a transmissão do sinal doloroso em áreas específicas, com resultados satisfatórios em muitos pacientes.

Dores neuropáticas

As dores neuropáticas — aquelas decorrentes de lesões ou disfunções neurais — estão entre as que mais se beneficiam das técnicas minimamente invasivas.

Um exemplo é a neuralgia pós-herpética, em que se pode aplicar radiofrequência pulsada em estruturas como o gânglio da raiz dorsal, reduzindo a intensidade e a frequência da dor.

Outras condições, como cefaleia occipital (ou de Arnold) e cefaleia tensional crônica, também apresentam boa resposta a bloqueios e neuromodulação.

Dores somáticas e osteoporóticas

Nas dores somáticas, que envolvem músculos, ossos e articulações, também há espaço para abordagens minimamente invasivas.

Em casos de fraturas vertebrais por osteoporose, por exemplo, procedimentos como a vertebroplastia percutânea podem proporcionar um alívio significativo. Já nas bursites trocantéricas ou em infiltrações articulares, as técnicas guiadas por ultrassonografia auxiliam no controle da inflamação e na recuperação da função.

Dores crônicas oncológicas

No contexto oncológico, os procedimentos minimamente invasivos têm papel fundamental no controle da dor causada por compressão tumoral ou efeitos de tratamentos como radioterapia e cirurgia.

Essas dores, frequentemente relacionadas a comprometimentos de plexos neurais, podem ser tratadas com técnicas específicas de bloqueio ou neuromodulação, sempre em associação a uma abordagem multidisciplinar.



Esse texto foi desenvolvido com base na conversa entre o Dr. João Rizzo e o Dr. Marcos Bicca da Silveira, disponível na íntegra no YouTube do Projeto Educa Dor, além das plataformas de streaming em formato podcast de áudio.

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O Projeto Educa Dor é uma ferramenta de informação em saúde, que busca levar de maneira clara, informações sobre os mais diversos conceitos envolvendo a dor crônica, seus tratamentos, métodos e diagnósticos.

Responsável técnico: Dr. João Marcos Rizzo - CREMERS 18903
Médico Anestesiologista com área de atuação em Dor - RQE 42946

Por Marcelo Cezar - Marketing Digital