Neuroestimulação (Neuromodulação): um método seguro e reversível no tratamento da dor crônica

18 de novembro de 2025
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A neuroestimulação é uma das opções mais modernas e promissoras entre os tratamentos minimamente invasivos para dor crônica.

Ela é indicada em casos bem selecionados, quando abordagens clínicas e farmacológicas não alcançam os resultados esperados — especialmente em dores neuropáticas, síndrome de dor regional complexa e dores de manutenção simpática. Tem sua grande indicação nos casos de falha da cirurgia lombar (failed back surgery syndrome).

Indicação precisa e individualizada

A indicação da neuroestimulação deve ser cuidadosamente avaliada.
Nem todos os pacientes com dor crônica se beneficiam igualmente desse tipo de terapia, e a experiência clínica do especialista é fundamental para identificar os casos em que o procedimento realmente trará impacto positivo.

Com a prática, os profissionais conseguem reconhecer quando a resposta tende a ser limitada ou quando o benefício supera os riscos e custos do tratamento.
Ainda assim, trata-se de um procedimento seguro e reversível, o que traz grande vantagem em relação a outras intervenções.

Um método reversível e ajustável

Uma das principais características da neuroestimulação é a sua reversibilidade.
O dispositivo pode ser removido a qualquer momento — seja por ausência de resposta, intercorrências técnicas ou até mesmo porque o paciente atingiu melhora completa da dor.

Existem casos documentados de pacientes que, após anos de uso para condições como dor neuropática, causalgia ou síndrome de dor regional complexa, conseguiram realizar fisioterapia de forma eficaz e dispensar o uso do neuroestimulador.

Facilitando a reabilitação física

Mais do que eliminar o sintoma, o objetivo da neuroestimulação é possibilitar a reabilitação.
Ao reduzir a dor, o tratamento cria condições para que o paciente retome atividades físicas, faça fisioterapia e recupere a funcionalidade — etapas essenciais para a recuperação duradoura.

Como reforçam os especialistas, os procedimentos como bloqueios, radiofrequência e neuroestimulação não são curativos por si só.
Eles criam o cenário ideal para que o paciente possa se engajar no processo de reabilitação, que é o verdadeiro fator de cura.

Indicações e aplicações mais comuns

A neuroestimulação pode ser aplicada em diferentes níveis do sistema nervoso, de acordo com o tipo e a origem da dor:

  • Medular: indicada para dores neuropáticas refratárias ou síndromes dolorosas crônicas de membros.
  • No gânglio da raiz dorsal: eficaz em casos de síndrome de dor regional complexa (antiga causalgia) e dores de manutenção simpática.
  • Periférica: utilizada em dores localizadas, como neuralgia occipital (Arnold) e outras neuropatias periféricas.

Um equilíbrio entre custo e benefício

Embora seja um tratamento de alto custo, a neuroestimulação oferece benefícios proporcionais — especialmente em pacientes cuja dor impede o trabalho, o sono e a qualidade de vida.
Em muitos casos, o período de controle da dor e reabilitação física obtido justifica plenamente o investimento.

Um passo além no tratamento da dor crônica

A neuroestimulação representa um avanço significativo na terapêutica da dor crônica. Por ser segura, reversível e personalizada, permite ao paciente experimentar uma melhora funcional real, reduzindo o uso de medicamentos e favorecendo uma vida mais ativa e produtiva.



Esse texto foi desenvolvido com base na conversa entre o Dr. João Rizzo e o Dr. Marcos Bicca da Silveira, disponível na íntegra no YouTube do Projeto Educa Dor, além das plataformas de streaming em formato podcast de áudio.

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O Projeto Educa Dor é uma ferramenta de informação em saúde, que busca levar de maneira clara, informações sobre os mais diversos conceitos envolvendo a dor crônica, seus tratamentos, métodos e diagnósticos.

Responsável técnico: Dr. João Marcos Rizzo - CREMERS 18903
Médico Anestesiologista com área de atuação em Dor - RQE 42946

Por Marcelo Cezar - Marketing Digital