Manual Prático do que Informar na Primeira Consulta em Dor Crônica

6 de abril de 2022
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Lendo um artigo de jornal, compartilhado pela nossa colega Dra. Rosângela Biegler recentemente, um cidadão comum relatava o que achava importante NÃO ser deixado de falar ou levar quando vamos a uma consulta médica. Informações essenciais, que encurtam caminhos para um bom diagnóstico e, principalmente, para encaminhar um bom tratamento da dor crônica. Daí a ideia deste “Manual Prático”: ajudar a lembrar o que não esquecer.

  1. Liste – isso mesmo, escreva na véspera -, TODOS os medicamentos que você vem usando, uso crônico ou aqueles usados nas últimas semanas, bem como as doses e os intervalos de uso (12\12h, 4\4h, 1x ao dia, etc.). Vitaminas e suplementos também devem ser incluídos! Inclua também na lista os que você lembra que abandonou por não ter sido eficaz ou ter dado reação adversa que lhe fez parar de usar! Por fim, anote os medicamentos ou alimentos que você tenha ALERGIA, suspeita ou comprovada!
  2. Organize seus exames antes de ir à consulta. Leve as imagens e laudos dos exames que realizou no último ano, que tenham relação com sua dor! Exames laboratoriais, leve os mais atuais, de preferência feitos há menos de 1 ano! 
  3. Monte a cronologia da sua dor: Quando começou (quanto mais preciso, melhor!), quando houve modificação da intensidade e periodicidade dessa dor; quando você toma o analgésico, quanto tempo demora para passar ou amenizar a dor. Muitas vezes, escrever um “diário” de dor, mesmo breve, de 4 a 5 dias que antecedem a consulta, podem dar informações preciosas ao seu médico! 
  4. Pontuar sua dor também é possível! Sim, podemos dar números a ela! Não se preocupe em impressionar seu médico, dando uma nota maior do que ela realmente representa, pois ele irá valorizá-la seja qual for a pontuação! Uma dor nota 1 ou uma dor 10 terão a mesma importância na avaliação e tratamento da dor crônica. Para pontuá-la, usaremos a ESCALA NUMÉRICA VERBAL (ENV), onde 0 é sem dor e 10 é a pior dor que o indivíduo experimentou em sua vida. Todos temos nossa experiência de 10 (unha encravada, cálculo renal, parto, fratura, etc.), então já viram que essa nota é individual e nunca comparamos a dor de um paciente com a de outro ou com a nossa dor. Entre 1 e 10, relate ao seu médico a nota da sua dor!
  5. A atividade física em dor crônica é importantíssima. No passado, o que você praticava ou não de esportes antes da dor tem muita relação com quadros crônicos atuais. Também revelam seus gostos, prazeres em praticar ou não atividades físicas. Esses dados guiarão as escolhas terapêuticas físicas do médico e do fisioterapeuta. Não se iniba! Tudo que pensares ser atividade física, relate ao seu médico na consulta!
  6. Liste, na véspera, em ordem cronológica, de forma resumida, todos os tratamentos realizados em conjunto com o medicamentoso (fisioterapia, pilates, hidroterapia, acupuntura, osteopatia, quiropraxia, infiltrações, cirurgias, etc.).
  7. Você será questionado sobre outras doenças que venha a apresentar além do quadro de dor, incluindo aquela hipertensão arterial levinha que você trata há muitos anos. Tudo é importante! Lembre que tabagismo há muito é considerado uma doença e, mesmo que sejam poucos cigarros eventuais, é tabagismo! Se você for questionado sobre álcool ou uso de drogas, diga qual o tipo e a frequência de uso. Seu médico vai classificar o risco. O papel do médico é avaliar sua saúde, e não fazer qualquer julgamento moral ou de valor!

Creio que outras questões surgirão durante a conversa com seu médico, mas o básico você terá levado, organizado para facilitar sua consulta. Quanto mais informações importantes você passar ao profissional de saúde, mais substrato ele terá para prover um diagnóstico e um tratamento individualizado e eficaz!

Boa consulta!

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O Projeto Educa Dor é uma ferramenta de informação em saúde, que busca levar de maneira clara, informações sobre os mais diversos conceitos envolvendo a dor crônica, seus tratamentos, métodos e diagnósticos.

Responsável técnico: Dr. João Marcos Rizzo - CREMERS 18903
Médico Anestesiologista com área de atuação em Dor - RQE 42946

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