Durante a gestação, é comum que a mulher sinta dores musculoesqueléticas — muitas delas provocadas por alterações posturais, mudanças no eixo corporal e sobrecarga nas estruturas miofasciais. Diante disso, uma dúvida frequente é: atividades como fisioterapia, pilates ou hidroterapia realmente ajudam?

A resposta é sim — desde que bem orientadas, adaptadas e realizadas com regularidade.

Técnicas físicas e o alívio da dor gestacional

Quando a dor está presente de forma mais intensa ou localizada, especialmente nas costas, pelve ou membros inferiores, a fisioterapia costuma ser a recomendação mais indicada. Através de técnicas manuais, mobilizações, eletroterapia e outros recursos, é possível alcançar alívio mais direto da dor e melhorar a função muscular e postural.

Já para manutenção da mobilidade, alongamento leve e estímulo da circulação, atividades como pilates e hidroterapia (ou hidroginástica) são excelentes alternativas.

A escolha ideal: o que funciona para cada gestante

Mais do que indicar uma modalidade específica, o mais importante é considerar o que a paciente consegue fazer com regularidade e com o que ela se sente mais confortável. A adesão à atividade física é um fator crucial para que os benefícios apareçam.

• Algumas gestantes se adaptam melhor ao pilates, que melhora postura, força e controle respiratório.
• Outras preferem a hidroterapia, que oferece o conforto da água aquecida, ajudando a relaxar e aliviar tensões musculares.
• O calor local, por exemplo, é uma técnica já utilizada no tratamento de síndromes miofasciais e pode ser incorporado naturalmente durante exercícios aquáticos.

Manter o que já faz bem

Se a gestante já praticava alguma atividade física antes da gravidez, a recomendação é manter essa prática, com ajustes quando necessário e sempre com orientação profissional. O mais importante é ter acompanhamento de um profissional capacitado, seja fisioterapeuta, educador físico ou equipe multiprofissional, que entenda as particularidades da gestação e da queixa dolorosa apresentada.

Quando iniciar ou adaptar a atividade física?

Mesmo gestantes que estavam bem e começam a sentir dor ao longo da gravidez podem (e devem) iniciar uma abordagem física adaptada. O fundamental é:

• Conversar com o profissional de saúde que acompanha a gestação;
• Ter um plano individualizado que respeite limites, sintomas e estágio gestacional;
• Buscar orientação segura e especializada.

Conclusão: movimento é aliado, não inimigo

A dor durante a gestação é comum, mas não deve ser ignorada ou tratada com inatividade. Atividades como fisioterapia, pilates e hidroterapia podem atuar tanto na prevenção quanto no alívio das dores, desde que adaptadas à realidade e rotina de cada gestante.

Mais importante do que escolher a “melhor” atividade é garantir que ela seja acessível, segura e constante, com apoio de profissionais capacitados. O movimento é uma ferramenta poderosa de cuidado — inclusive na gravidez.

Esse texto foi desenvolvido com base na conversa entre o Dr. João Rizzo e a Dra. Monia Di Lara Dias, disponível na íntegra no YouTube do Projeto Educa Dor, além das plataformas de streaming em formato podcast de áudio.