Entendendo a neuroestimulação

20 de novembro de 2025
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A neuroestimulação é uma técnica moderna utilizada no tratamento de dores crônicas, especialmente quando outras abordagens, como medicamentos ou fisioterapia, não trazem o alívio esperado. Ela atua diretamente nas vias neurais responsáveis pela transmissão da dor, interferindo nesses sinais e reduzindo a percepção dolorosa.

O caminho da dor

Para entender o princípio da neuroestimulação, vale pensar em uma situação comum: a coceira, prurido. Quando sentimos coceira, a reação natural é coçar o local — o que, na prática, gera um estímulo doloroso leve. Esse estímulo “interrompe” o sinal da coceira porque utiliza a mesma via nervosa, congestionando o caminho e impedindo que a sensação inicial continue sendo percebida.

A neuroestimulação funciona de maneira semelhante.

Ao inserir um eletrodo próximo aos nervos relacionados à dor, o dispositivo emite pequenos pulsos elétricos que não causam dor, mas bloqueiam parcialmente a condução dos sinais dolorosos. Com isso, o cérebro passa a receber menos estímulos de dor, proporcionando alívio e melhora na qualidade de vida.

Tecnologia ajustável e cada vez mais precisa

Um dos grandes avanços da neuroestimulação é a possibilidade de ajustar a intensidade dos estímulos conforme a necessidade de cada paciente.

 Os dispositivos atuais são pequenos, seguros e podem ser personalizados com diferentes frequências e modos de estimulação, o que permite um controle fino sobre o tratamento.

Como é feito o procedimento?

A implantação do neuroestimulador é um procedimento minimamente invasivo, mas requer ambiente hospitalar. Ele é realizado no bloco cirúrgico, sob anestesia geral ou sedação, garantindo conforto e segurança ao paciente.

Durante o procedimento, o médico posiciona os eletrodos no local adequado — geralmente próximo à medula espinhal ou aos nervos periféricos — e conecta a um pequeno gerador implantável, semelhante a um marca-passo, que fica sob a pele.

Após a implantação, o paciente e a equipe médica podem ajustar a intensidade do estímulo elétrico para alcançar o melhor controle da dor possível.

Uma tecnologia em constante evolução

Os equipamentos modernos de neuroestimulação são cada vez menores, discretos e mais eficientes. Além disso, novos modelos permitem o carregamento sem fio e o ajuste remoto, oferecendo praticidade e mais autonomia para o paciente.

Quando a neuroestimulação é indicada?

A neuroestimulação pode ser indicada em casos de dor neuropática, síndrome de dor regional complexa, dor pós-cirúrgica persistente (failed back surgery syndrome), e outras condições crônicas que não respondem adequadamente a tratamentos convencionais.

Por ser um método reversível e ajustável, também oferece segurança adicional — podendo ser removido caso o paciente atinja melhora completa ou se o resultado não for o esperado.



Esse texto foi desenvolvido com base na conversa entre o Dr. João Rizzo e o Dr. Marcos Bicca da Silveira, disponível na íntegra no YouTube do Projeto Educa Dor, além das plataformas de streaming em formato podcast de áudio.

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O Projeto Educa Dor é uma ferramenta de informação em saúde, que busca levar de maneira clara, informações sobre os mais diversos conceitos envolvendo a dor crônica, seus tratamentos, métodos e diagnósticos.

Responsável técnico: Dr. João Marcos Rizzo - CREMERS 18903
Médico Anestesiologista com área de atuação em Dor - RQE 42946

Por Marcelo Cezar - Marketing Digital