Dor neuropática e neuropatia
É a dor relacionada à lesão do sistema nervoso, seja Periférico ou Central. Como conceito mais amplo, inclui-se a disfunção desses mesmos sistemas, mesmo sem lesão detectável, que chamamos de ‘componente neuropático’. Suas características são dor persistente após a cura da lesão, associada a sintomas indiretos (alteração de motricidade, alteração vascular, etc.). Antes de exemplificar e trazer outros dados sobre a dor neuropática, devemos abordar o tema Neuropatia.
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Neuropatia, em geral, refere-se ao não funcionamento ou funcionamento anormal (não fisiológico) de um conjunto de neurônios (seja no cérebro, na medula espinhal, nas raízes nervosas ou nos nervos periféricos). A neuropatia pode ser desencadeada por diversos agentes. Os mais comuns são: trauma (cirúrgico ou não-cirúrgico), compressão mecânica (hérnia de disco),distúrbios metabólicos (diabetes mellitus), intoxicações (álcool, pigmentos/tintas, inseticidas), infecções (herpes zoster/”cobreiro”), tratamentos quimioterápicos, doenças inflamatórias (COVID-19).
Com o surgimento da neuropatia, poderemos nos deparar com várias características clínicas como formigamento, dormência, prurido (coceira na região), alteração na temperatura da pele, alterações nos pelos e até na força muscular. E, no foco do nosso interesse, a DOR, sendo chamada ,então, Dor Neuropática.
A dor neuropática tem estimativas de até 8% de prevalência na população geral. Suas principais manifestações clínicas são: dor em queimação ou dor em choque elétrico.
Exemplos de síndromes dolorosas neuropáticas ou com componente neuropático:
- Neuralgia pós-herpética (dor após infecção por herpes zoster).
- Neuralgia do Nervo Trigêmeo (na face).
- Dor no Nervo Ciático, ciática ou ciatalgia (dor produzida por compressão de raízes nervosas lombares com irradiação para a perna, geralmente associada à hérnia de disco).
- Dor no Membro Fantasma (após amputação de algum membro).
- Neuropatia Periférica Dolorosa do Diabetes.
- Neuropatia Dolorosa após Quimioterapia (alguns tipos de quimioterápicos).
- Dor neuropática em local de cicatrização de feridas (cirúrgicas ou por outros traumas).
- Dor neuropática após doenças inflamatórias (vasculites, COVID-19).
- Dor neuropática após acidente vascular cerebral (AVC).
E tantos outros.
O tratamento da dor neuropática, como em diversos outros quadros clínicos dolorosos, é multimodal. Baseia-se em medicamentos, técnicas fisioterapêuticas, bloqueios analgésicos e procedimentos neurocirúrgicos, conforme a necessidade. Sempre visando o alívio da dor e a melhora da qualidade de vida do paciente.
Texto por: Dr. Luciano de Oliveira – CREMERS 22739
Créditos da Imagem: Freepik