Câncer Dói?
Se a resposta fosse em uma única palavra objetiva: SIM.
Um breve apanhado para situar a dor relacionada ao câncer:
- Quase 20.000.000 ( vinte milhões ) de pessoas recebem o diagnóstico de câncer no mundo, a cada ano.
- Dessas, 30 a 50% apresentam dor no momento do diagnóstico.
- 70% sofrerão dor intensa no transcorrer da doença.
Quais as causas mais comuns de dor no câncer:
- O próprio tumor.
- Alguns tipos de tratamentos.
- Agravamento de quadro de dor pré-existente.
O próprio tumor pode invadir, comprimir, distender estruturas muito sensíveis ( como plexos nervosos, cápsula do fígado, fraturas ósseas por metástases ou implantes tumorais ).
Dentre os tratamentos, alguns tipos de quimioterapias podem produzir alterações neurológicas periféricas ( dolorosas ou não ); cirurgias mais agressivas e complexas para a retirada dos tumores, podem deixar sequelas dolorosas no território envolvido; alguns tratamentos radioterápicos também podem produzir reações e danos no local, como mucosites ( ex.: inflamação na mucosa que reveste o esôfago ) e neurites ( lesões em nervos ou plexos nervosos ).
Aqui devemos salientar que os tratamentos oncológicos evoluem para minimizar os danos colaterais e aumentar sua eficiência.
Por último, ressaltar que as pessoas que recebem diagnóstico e fazem tratamento para o câncer, também podem apresentar outras situações ou doenças que provocam dor cronicamente. Exemplos comuns são dores de cabeça ( cefaléias tensionais e enxaquecas ), dores na coluna ( lombalgias e cervicalgias ), diabetes ( com neuropatia periférica dolorosa ), herpes zoster ( o “cobreiro” com dor em queimação e choque elétrico ), artroses ( desgastes nas articulações de joelhos, quadris e outras ), artrites ( processos inflamatórios auto-imunes que atacam várias articulações do corpo ) e tantas outras causas de dor pré-existentes.
Como sempre, afirmamos que o tratamento da dor relacionada ao câncer assim como todas as dores crônicas, devem ser manejadas avaliando um conjunto de situações envolvidas, de forma multimodal, visando a autonomia, a dignidade e a qualidade de vida do paciente.
Texto por: Dr. Luciano de Oliveira – CREMERS 22739
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