Neuroestimulação em ação: um caso real de alívio da dor

25 de novembro de 2025
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O Dr. Marcos Bicca da Silveira compartilhou o caso de um paciente que enfrentava uma Síndrome de Dor Regional Complexa tipo II (com lesão de nervo). O paciente vinha utilizando altas doses de medicamentos para controlar a dor, mas buscava uma alternativa que o permitisse reduzir o uso de fármacos e recuperar sua rotina de estudos e trabalho.

A estratégia: dessensibilizar a medula e o gânglio da raiz dorsal

Para esse caso, o Dr. Marcos optou por implantar dois eletrodos medulares, com o objetivo de dessensibilizar a medula espinhal, e dois eletrodos adicionais no gânglio da raiz dorsal (DRG) — região responsável por transmitir os sinais de dor.

 A combinação dos dois pontos de estimulação foi essencial para “apagar” a memória da dor crônica e reduzir a hipersensibilização do sistema nervoso autônomo, um dos grandes desafios em quadros de dor neuropática.

Resultados e evolução

Poucos dias após o procedimento, o paciente relatou melhora significativa, além de conseguir diminuir expressivamente a dosagem dos medicamentos que vinha utilizando. Esse é um dos principais objetivos da neuroestimulação: restabelecer o equilíbrio do sistema nervoso e permitir que o paciente volte a viver com mais conforto e menos dependência medicamentosa.

Tecnologia que se adapta ao corpo

Os novos geradores de neuroestimulação utilizados atualmente são menores, mais finos e discretos, praticamente imperceptíveis sob a pele. Além disso, alguns modelos contam com tecnologia capaz de reconhecer a posição do corpo — seja deitado, sentado ou em pé — ajustando automaticamente a intensidade do estímulo.

Por exemplo, quando o paciente deita de costas, a aproximação da medula ao dispositivo (cerca de 1 mm) é suficiente para intensificar o estímulo, oferecendo uma resposta precisa e confortável em tempo real.

Um passo importante no controle da dor

O caso mostra, na prática, como a neuroestimulação pode transformar a vida de quem sofre com dor crônica, oferecendo uma alternativa eficaz e segura para o controle dos sintomas — especialmente em pacientes com síndromes dolorosas complexas e refratárias ao tratamento medicamentoso convencional.

Esse texto foi desenvolvido com base na conversa entre o Dr. João Rizzo e o Dr. Marcos Bicca da Silveira, disponível na íntegra no YouTube do Projeto Educa Dor, além das plataformas de streaming em formato podcast de áudio.

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O Projeto Educa Dor é uma ferramenta de informação em saúde, que busca levar de maneira clara, informações sobre os mais diversos conceitos envolvendo a dor crônica, seus tratamentos, métodos e diagnósticos.

Responsável técnico: Dr. João Marcos Rizzo - CREMERS 18903
Médico Anestesiologista com área de atuação em Dor - RQE 42946

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Por Marcelo Cezar - Marketing Digital