Neuroestimulação em ação: um caso real de alívio da dor

O Dr. Marcos Bicca da Silveira compartilhou o caso de um paciente que enfrentava uma Síndrome de Dor Regional Complexa tipo II (com lesão de nervo). O paciente vinha utilizando altas doses de medicamentos para controlar a dor, mas buscava uma alternativa que o permitisse reduzir o uso de fármacos e recuperar sua rotina de estudos e trabalho.
A estratégia: dessensibilizar a medula e o gânglio da raiz dorsal
Para esse caso, o Dr. Marcos optou por implantar dois eletrodos medulares, com o objetivo de dessensibilizar a medula espinhal, e dois eletrodos adicionais no gânglio da raiz dorsal (DRG) — região responsável por transmitir os sinais de dor.
A combinação dos dois pontos de estimulação foi essencial para “apagar” a memória da dor crônica e reduzir a hipersensibilização do sistema nervoso autônomo, um dos grandes desafios em quadros de dor neuropática.
Resultados e evolução
Poucos dias após o procedimento, o paciente relatou melhora significativa, além de conseguir diminuir expressivamente a dosagem dos medicamentos que vinha utilizando. Esse é um dos principais objetivos da neuroestimulação: restabelecer o equilíbrio do sistema nervoso e permitir que o paciente volte a viver com mais conforto e menos dependência medicamentosa.
Tecnologia que se adapta ao corpo
Os novos geradores de neuroestimulação utilizados atualmente são menores, mais finos e discretos, praticamente imperceptíveis sob a pele. Além disso, alguns modelos contam com tecnologia capaz de reconhecer a posição do corpo — seja deitado, sentado ou em pé — ajustando automaticamente a intensidade do estímulo.
Por exemplo, quando o paciente deita de costas, a aproximação da medula ao dispositivo (cerca de 1 mm) é suficiente para intensificar o estímulo, oferecendo uma resposta precisa e confortável em tempo real.
Um passo importante no controle da dor
O caso mostra, na prática, como a neuroestimulação pode transformar a vida de quem sofre com dor crônica, oferecendo uma alternativa eficaz e segura para o controle dos sintomas — especialmente em pacientes com síndromes dolorosas complexas e refratárias ao tratamento medicamentoso convencional.
Esse texto foi desenvolvido com base na conversa entre o Dr. João Rizzo e o Dr. Marcos Bicca da Silveira, disponível na íntegra no YouTube do Projeto Educa Dor, além das plataformas de streaming em formato podcast de áudio.



