Que tipos de tratamentos existem para aliviar a dor relacionada ao câncer?

4 de março de 2025
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O controle da dor relacionada ao câncer exige uma abordagem multimodal, ou seja, a combinação de diferentes tratamentos para oferecer alívio adequado ao paciente. Essa estratégia envolve tanto o uso de medicamentos quanto outras intervenções, incluindo terapias não farmacológicas e procedimentos invasivos.

Tratamentos farmacológicos

A Organização Mundial da Saúde (OMS) desenvolveu, nos anos 80, a escada analgésica, um modelo que auxilia na escolha do medicamento adequado conforme a intensidade da dor:

  • Dor fraca: analgésicos simples, como paracetamol e dipirona.
  • Dor moderada: analgésicos mais potentes, incluindo anti-inflamatórios e opioides fracos.
  • Dor intensa: opioides potentes, como morfina e metadona.

Os opioides são fundamentais no controle da dor relacionada ao câncer, mas ainda enfrentam resistência devido a tabus e desinformação. Além dos analgésicos, outros medicamentos podem ser utilizados, como:

  • Corticosteróides: ajudam a reduzir edemas e inflamações.
  • Neuromoduladores (exemplo: pregabalina): eficazes no tratamento de dores neuropáticas.

Tratamentos específicos para o câncer

Algumas terapias usadas no tratamento do câncer também podem ajudar no alívio da dor:

  • Radioterapia: útil para reduzir a dor causada por metástases ósseas.
  • Quimioterapia paliativa: pode ajudar a diminuir tumores e aliviar sintomas dolorosos.

Procedimentos invasivos

Quando a dor não responde bem aos medicamentos, podem ser recomendadas intervenções minimamente invasivas:

  • Bloqueios nervosos: uso de substâncias anestésicas para interromper a transmissão da dor.
  • Neurocirurgia: indicada em casos mais refratários, quando outras abordagens não foram eficazes.

Terapias complementares

Terapias não farmacológicas podem proporcionar alívio significativo:

  • Acupuntura: realizada por profissionais qualificados, pode auxiliar no controle da dor.
  • Fisioterapia: essencial para manter a mobilidade e reduzir tensões musculares.
  • Apoio psicológico e terapia ocupacional: ajudam o paciente a lidar com o impacto emocional da dor.
  • Terapias alternativas (Reiki, meditação, Yoga): contribuem para o bem-estar global do paciente.

A importância da decisão compartilhada

O tratamento da dor deve sempre levar em consideração a individualidade do paciente. A equipe interdisciplinar – composta por médicos, fisioterapeutas, psicólogos e outros profissionais de saúde – deve trabalhar junto ao paciente e sua família para definir a melhor estratégia, equilibrando qualidade de vida e riscos.

A abordagem slow medicine, que preza por tratamentos cuidadosos e bem planejados, é fundamental para garantir que cada decisão seja tomada com sensibilidade e respeito à dignidade do paciente. Dessa forma, o alívio da dor pode ser alcançado com segurança e eficácia, promovendo mais conforto durante o tratamento oncológico.


 

Este texto foi baseado no bate-papo entre o Dr. João Rizzo e o Dr. Luciano de Oliveira sobre “Dor Relacionada ao Câncer”, disponível na íntegra no canal do YouTube do Projeto Educa Dor.

Texto por: Luciano de Oliveira e Dr. João Rizzo

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Por Marcelo Cezar - Marketing Digital