Tratamento invasivo da dor no câncer
É importante salientarmos que a dor oncológica pode e deve ser tratada inicialmente com medicamentos, de preferência via oral ou transdérmica. São formas de tratamento mais simples e com as quais, normalmente, se consegue um controle eficaz da dor causada pelo câncer.
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Nos baseamos no esquema analgésico desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que propôs os “degraus” de analgesia necessária para os vários níveis de intensidade da dor. Existem várias escalas para mensurarmos a dor, com vários formatos. Basicamente, associamos medicamentos cada vez mais potentes (p. ex., opióides) conforme a intensidade da dor. Se mesmo assim houver persistência da dor, podemos utilizar os métodos invasivos.
Sempre devemos avaliar as condições clínicas do paciente, as características da dor, a resposta a tratamentos prévios, drogas e equipamentos disponíveis, treinamento profissional e aceitação do paciente. Para todos os métodos a serem utilizados, devemos nos basear em evidências científicas para que possamos indicá-los.
São métodos invasivos:
1. Bloqueios neurolíticos: nestes casos se utiliza álcool ou fenol (ácido fênico) como veículo, com o objetivo de eliminar a inervação de determinada região. Entre os mais comuns temos:
- Bloqueio do plexo celíaco: utilizado em dores de vísceras do andar superior do abdômen, tais como pâncreas, fígado, estômago, etc.
- Bloqueio neurolítico do Simpático Lombar: utilizado em dores pélvicas.
- Bloqueio neurolítico dos nervos cranianos: trigêmeo, glossofaríngeo, etc
- Bloqueio neurolítico subaracnóideo: indicado para dores segmentares (somáticas).
Pode-se ainda lançar mão de radiofrequência para fazer ablação de plexos ou nervos, substituindo o uso dos agentes neurolíticos.
2. Analgesia espinhal: utiliza-se bombas de infusão, totalmente implantáveis. As mesmas são programadas através da pele, o que possobilita aumentar ou diminuir sua infusão conforme a necessidade. O medicamento mais utilizado no Brasil é a morfina. Por esta via se obtêm maior potência analgésica, tanto da morfina quanto de outros fármacos.
3. Neuroestimulação medular: o implante de neuroestimuladores medulares se faz mediante a presença de dor neuropática refratária presente, seja decorrente da doença ou de seu tratamento.
Texto por: Dr. Marcos Sperb Bicca da Silveira – CREMERS 12381
Créditos da foto: Envato