A hepatite A é causada pelo vírus da hepatite A (VHA) e está presente em todo o mundo. O VHA é geralmente transmitido pela via fecal-oral (por contato pessoa a pessoa ou pelo consumo de alimentos ou água contaminados). Os fatores de risco para transmissão do VHA incluem morar ou viajar para áreas com saneamento precário, contato domiciliar ou sexual com outra pessoa com hepatite A, exposição a creches, exposição a instituições residenciais e uso de drogas intravenosas.

Manifestações Clínicas

Manifestações típicas: O período de incubação do VHA é em média de 28 dias. A maioria dos adultos infectados apresentam sintomas, que começam com náuseas, perda de apetite,febre,mal-estar e dor abdominal. Dentro de alguns dias a uma semana, surgem urina escura e fezes claras, seguidas de icterícia e coceira. A maioria dos sintomas diminui quando a icterícia aparece e atinge o pico dentro de duas semanas. Geralmente, a hepatite A é uma doença autolimitada que não se torna crônica.

Complicações e manifestações extra-hepáticas: As complicações da hepatite A incluem hepatite colestática, hepatite recorrente e hepatite autoimune. As manifestações extra-hepáticas incluem erupção cutânea transitória, dores articulares e outras condições relacionadas a doenças por complexos imunes e vasculites.

Insuficiência hepática fulminante: A insuficiência hepática fulminante é rara, ocorrendo em menos de 1% dos pacientes. Geralmente afeta pessoas com mais de 50 anos e pessoas com outras doenças hepáticas, como hepatite B ou C. Pacientes com insuficiência hepática fulminante devem ser transferidos para um centro capaz de realizar transplante de fígado.

Anormalidades laboratoriais: Incluem elevações das enzimas hepáticas no sangue, seguidas de aumento da bilirrubina. Essas alterações geralmente atingem o pico aproximadamente um mês após a exposição ao vírus.

Diagnóstico: A hepatite A deve ser suspeitada em pacientes com sintomas gastrointestinais e icterícia, especialmente se tiverem fatores de risco conhecidos para transmissão da hepatite A.O diagnóstico é confirmado pela detecção de anticorpos IgM anti-VHA no sangue.

Tratamento: Geralmente hepatite A é autolimitada e o tratamento é de suporte. Deve-se ter cautela com medicamentos que possam causar danos ao fígado. A maioria dos pacientes se recupera completamente em dois a três meses, com recuperação total em seis meses. A infecção pelo VHA confere imunidade vitalícia.

Prevenção antes da exposição: A vacinação é a principal medida de proteção antes da exposição à hepatite A. A imunoglobulina é uma alternativa menos eficaz. Devem ser vacinadas crianças de 12 a 23 meses, todas as crianças e adolescentes de 2 a 18 anos que ainda não foram vacinados e outros grupos em risco de exposição à hepatite A.

Proteção após a exposição: Aqueles expostos ao VHA podem receber imunoglobulina ou vacinação, dependendo das circunstâncias individuais. Práticas higiênicas, como lavagem das mãos e preparo adequado dos alimentos, também são importantes na prevenção da hepatite A.