A importância da primeira consulta com o fisioterapeuta

3 de setembro de 2025
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A primeira consulta com o fisioterapeuta é um momento decisivo. É nela que se constrói a base para todo o tratamento e que o profissional tem condições de compreender a história do paciente, avaliar seu quadro clínico e traçar estratégias para o cuidado. Quanto mais claras e organizadas forem as informações fornecidas pelo paciente (ou por um familiar), mais eficaz será o plano terapêutico.

Como funciona a primeira consulta?

Em geral, esse primeiro encontro é dividido em etapas:

  • Anamnese (entrevista): momento de escuta e coleta de informações.
  • Exame físico: análise de movimentos, posturas e palpação.
  • Testes específicos: para avaliar funções e limitações.
  • Exames complementares: quando disponíveis.

Cada uma dessas fases é essencial para que o fisioterapeuta defina os objetivos de curto, médio e longo prazo do tratamento.

O papel da anamnese no tratamento da dor

Para quem convive com dor, a anamnese é a etapa mais determinante. O relato do paciente fornece pistas fundamentais para a escolha dos testes e para a interpretação clínica.

Antes da consulta, organize suas informações. Vale até anotar em um papel:

  • Quando e como a dor começou.
  • Localização, tipo e intensidade.
  • Se é constante ou intermitente.
  • O que piora e o que alivia.
  • Como a dor varia ao longo do dia ou da semana.
  • Histórico de atividades físicas e hábitos de vida.

👉 Caso o paciente não consiga transmitir essas informações, um familiar ou acompanhante pode (e deve) ajudar.

Quanto tempo leva?

Uma primeira consulta bem feita exige calma e dedicação. Dependendo do caso, pode durar de 30 minutos a 2 horas. Na maioria das vezes, 1 hora a 1h30 é suficiente para garantir uma boa coleta de informações e estruturar um plano terapêutico adequado.

O olhar ampliado sobre a dor

Durante muito tempo, acreditou-se que a dor estava sempre ligada a uma lesão física. Hoje, sabemos que ela é mais complexa. O modelo biopsicossocial considera não apenas fatores biológicos, mas também psicológicos e sociais.

Mais recentemente, o enativismo (enaction) tem inspirado novas abordagens. Inspirada em ideias filosóficas de Merleau-Ponty, essa perspectiva entende a cognição como fruto da interação entre o indivíduo e seu ambiente: o corpo, a mente e o ambiente estão interligados. Assim, o tratamento da dor envolve não só exercícios, mas também:

  • Técnicas de relaxamento e consciência corporal;
  • Estratégias para ressignificar a dor;
  • Trabalho interdisciplinar com outros profissionais de saúde.

Esse olhar mais amplo aumenta as chances de sucesso e melhora a qualidade de vida do paciente.

Dicas para se preparar

A primeira consulta é o primeiro passo para transformar sua relação com a dor. Algumas dicas práticas:

  • Organize suas informações antes de ir.
  • Seja claro ao relatar seus sintomas.
  • Leve exames ou relatórios que já possua.
  • Se possível, vá acompanhado.

Lembre-se: o sucesso do tratamento depende também da sua participação, do apoio da família e da integração entre os profissionais de saúde.

Texto por: Dra. Flávia Gomes Martinez

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