Como tratar tendinites, tendinoses e entesopatias? Conheça as abordagens mais utilizadas

21 de agosto de 2025
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O tratamento das tendinopatias — que inclui tendinites, tendinoses e entesopatias — deve ser individualizado e multidisciplinar. Apesar das diferenças entre essas condições, todas exigem uma abordagem combinada que envolva controle da dor, fisioterapia e correção de fatores desencadeantes.

Princípios gerais do tratamento

A condução do paciente passa por etapas importantes:

  1. Controle da dor e da inflamação

    • Uso de analgésicos e, em alguns casos, anti-inflamatórios, conforme avaliação médica.
    • Aplicação de gelo ou calor, dependendo da fase do processo.
    • Repouso relativo, evitando movimentos que desencadearam a lesão.

  2. Início precoce da fisioterapia
    A fisioterapia tem papel crucial na reabilitação, ajudando a:

    • Restabelecer a função articular;
    • Fortalecer a musculatura peritendínea;
    • Prevenir recorrências.

Como tratar cada condição?

Tendinite aguda

  • Repouso relativo da articulação afetada — evitando sobrecarga, mas sem imobilização prolongada.
  • Meios físicos: aplicação de gelo na fase inicial para reduzir a inflamação.
  • Medicação analgésica e anti-inflamatória, quando necessário.
  • Fisioterapia precoce, com alongamentos leves e progressão gradual de exercícios.

Tendinose

  • A fase crônica exige fortalecimento muscular, especialmente das estruturas ao redor do tendão.

  • Técnicas fisioterapêuticas avançadas, como:

    • Exercícios excêntricos;
    • Recursos de terapia manual;
    • Modalidades que estimulem regeneração tecidual.

Entesopatias

  • Atenção redobrada: algumas entesopatias podem estar associadas a doenças autoimunes (ex.: espondiloartrites).

  • Sinais de alerta:

    • Fascite plantar recorrente;
    • Tendinite patelar associada a outras manifestações articulares;
    • Histórico de psoríase ou dor glútea.

  • Nesses casos, é necessária avaliação reumatológica para investigação de doenças inflamatórias sistêmicas.

E quando os tratamentos convencionais não funcionam?

Se a dor persiste apesar das medidas conservadoras, pode ser necessário considerar infiltrações peritendíneas com anestésicos e corticosteroides.
Importante: essa é uma opção secundária, indicada para casos refratários.

Ponto-chave: tratamento é lento e exige paciência

As tendinopatias são condições de evolução lenta, com alta chance de recorrência se os fatores desencadeantes não forem corrigidos. Por isso:

  • Evite imobilizações prolongadas;
  • Não negligencie fisioterapia e fortalecimento muscular;
  • Não se automedique: procure acompanhamento especializado.


Esse texto foi desenvolvido com base na conversa entre o Dr. João Rizzo e a Dra. Eleonora Estrela da Silva, disponível na íntegra no YouTube do Projeto Educa Dor, além das plataformas de streaming em formato podcast de áudio.

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Responsável técnico: Dr. João Marcos Rizzo - CREMERS 18903
Médico Anestesiologista com área de atuação em Dor - RQE 42946

Por Marcelo Cezar - Marketing Digital