Como tratar tendinites, tendinoses e entesopatias? Conheça as abordagens mais utilizadas

O tratamento das tendinopatias — que inclui tendinites, tendinoses e entesopatias — deve ser individualizado e multidisciplinar. Apesar das diferenças entre essas condições, todas exigem uma abordagem combinada que envolva controle da dor, fisioterapia e correção de fatores desencadeantes.
Princípios gerais do tratamento
A condução do paciente passa por etapas importantes:
- Controle da dor e da inflamação
- Uso de analgésicos e, em alguns casos, anti-inflamatórios, conforme avaliação médica.
- Aplicação de gelo ou calor, dependendo da fase do processo.
- Repouso relativo, evitando movimentos que desencadearam a lesão.
- Início precoce da fisioterapia
A fisioterapia tem papel crucial na reabilitação, ajudando a:- Restabelecer a função articular;
- Fortalecer a musculatura peritendínea;
- Prevenir recorrências.
Como tratar cada condição?
Tendinite aguda
- Repouso relativo da articulação afetada — evitando sobrecarga, mas sem imobilização prolongada.
- Meios físicos: aplicação de gelo na fase inicial para reduzir a inflamação.
- Medicação analgésica e anti-inflamatória, quando necessário.
- Fisioterapia precoce, com alongamentos leves e progressão gradual de exercícios.
Tendinose
- A fase crônica exige fortalecimento muscular, especialmente das estruturas ao redor do tendão.
- Técnicas fisioterapêuticas avançadas, como:
- Exercícios excêntricos;
- Recursos de terapia manual;
- Modalidades que estimulem regeneração tecidual.
Entesopatias
- Atenção redobrada: algumas entesopatias podem estar associadas a doenças autoimunes (ex.: espondiloartrites).
- Sinais de alerta:
- Fascite plantar recorrente;
- Tendinite patelar associada a outras manifestações articulares;
- Histórico de psoríase ou dor glútea.
- Nesses casos, é necessária avaliação reumatológica para investigação de doenças inflamatórias sistêmicas.
E quando os tratamentos convencionais não funcionam?
Se a dor persiste apesar das medidas conservadoras, pode ser necessário considerar infiltrações peritendíneas com anestésicos e corticosteroides.
➡ Importante: essa é uma opção secundária, indicada para casos refratários.
Ponto-chave: tratamento é lento e exige paciência
As tendinopatias são condições de evolução lenta, com alta chance de recorrência se os fatores desencadeantes não forem corrigidos. Por isso:
- Evite imobilizações prolongadas;
- Não negligencie fisioterapia e fortalecimento muscular;
- Não se automedique: procure acompanhamento especializado.
Esse texto foi desenvolvido com base na conversa entre o Dr. João Rizzo e a Dra. Eleonora Estrela da Silva, disponível na íntegra no YouTube do Projeto Educa Dor, além das plataformas de streaming em formato podcast de áudio.